segunda-feira, 23 de maio de 2011

palestra coxa

Em evento realizado na sede do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), na última terça-feira, 17, o vice presidente do Coritiba Foot Ball Club, Vilson Ribeiro de Andrade, falou sobre as principais mudanças implementadas no clube após os acontecimentos de dezembro de 2009, destacando a importância de uma gestão empresarial voltada aos clubes de futebol como meio de se atingir o sucesso.

O Café-Palestra organizado pelo presidente do CRA-PR, Gilberto Serpa, teve como tema o Modelo de Gestão Esportiva - Coritiba Foot Ball CLub - um caso de sucesso e a palestra ministrada por Vilson Ribeiro mostrou-se bastante reveladora quanto aos bons resultados alcançados pela equipe Alviverde nos últimos dezessete meses de trabalho.

Confira as principais declarações do vice presidente Coxa-Branca na segunda parte da Palestra:

O Comitê de Crise e as primeiras decisões

"Aí nós criamos um plano estratégico para o clube de cinco anos. Fizemos um comitê de crise – esse comitê de crise trabalhou em função desse passivo de 68 milhões que nós precisávamos alongar, alongamos esse passivo todo, ontem mesmo eu tive uma reunião com o grupo todo, nós estamos fechando hoje um acordo com a Receita Federal – onde nós vamos pagar – fora a Timemania que já reduziu de 27 para 21 milões a dívida – 20 milhões em dívida do passado até maio, até esse mês que vamos pagar com três porcento da renda bruta do clube pelo período que eu calculo aí, de trinta anos, com correção TR – não tem como fugir disso, mas foi uma forma que nós encontramos para administrar o clube.

Desenvolvemos um produto que no fundo é recuperação de empresas, então, com isso nós alongamos esse passivo de 68 milhões e nosso orçamento deste ano é de 60 milhões com uma despesa de 48 – temos um superávit de 12 milhões. Agora, o que existe ainda era o passado que estamos pagando todo mês com a média de 1,5 milhão de contas de gestões anteriores que lamentavelmente estão feitas e têm que ser pagas e não há como não fazer.

Então, nós adotamos dentro do plano estratégico a nossa missão, que era jogar futebol competitivo – de forma alinhada com uma gestão profissional e responsável para garantir entretenimento e potencializar o orgulho e o amor de todo Coxa-Branca.

Esse princípio de ação e de visão – ser um clube vencedor para honrar a sua história e ser reconhecido como força esportiva e referência em gestão e responsabilidade sócio-ambiental, isso nós temos em todas as nossas áreas do clube, hoje. Todo funcionário, nós temos 156 funcionários e temos em torno aí de 220 atletas. Então, é um grupo muito grande que você precisa estar sempre muito consolidado, sempre mostrando a essas pessoas que eles são partes do projeto. Não existe comprometimento se as pessoas não se sentirem parte de um projeto, então, este planejamento estratégico desceu para as áreas de gestão e desceu também para os demais funcionários".

Os Eixos Estratégicos do trabalho

"Quais foram os eixos estratégicos que nós estabelecemos aí, com relação ao que nós tínhamos que fazer? A primeira era a solidificação do clube para se situar entre os melhores do Brasil. Por que que é essa solidificação? É o equilíbrio. Se você não tem equilíbrio entre receita e despesa, esqueça. Nenhuma empresa... o futebol, ah, não é uma empresa lucrativa, não precisa dar lucro, claro que não precisa dar lucro, mas você não poder ter no final do mês negativo, gente. E no futebol o negativo é uma coisa: “ah, tudo bem, é só um milhão, o que é um milhão para um clube grande como o Coritiba que tem um patrimônio de 150 milhões, isso não é nada”! É SIM, é aí que começa afundar um clube, uma empresa, uma instituição, um negócio. Fechou no vermelho, esqueça, bota on-line, gente, se não for observado dia e noite, é resultado negativo para a organização e as vezes não se recupera mais.

Então, a solidificação do clube em todas as áreas era importante e também o equacionamento financeiro, quer dizer: receita, despesa e o passivo.

A expansão do quadro associativo: nós tínhamos 2.500 sócios e tínhamos 6.000 sócios de um programa que era 38% para um terceirizado. Nós acabamos, rescindimos esse contrato, hoje temos 24.000 associados e nosso custo é 1,4% da despesa de manutenção do quadro associativo. Pagávamos 38%, você veja a faltas de visão. Então, hoje, 1,4% e à medida que vai aumentando o número de sócio, nós vamos diminuindo o custo da manutenção.

Estamos investindo agora em internet – temos aqui o representante da Onda aqui, atua no Coritiba Foot Ball Club e estamos implementando a associação on-line, mais do que isso, nós queremos chegar aí a 50.000 sócios, vocês vão perguntar: “sim, mas no estádio cabem 36.000, 40.000 pessoas, no máximo”. Acontece que nós vamos estabelecer mais ou menos, o mesmo sistema que tem no Barcelona: o associado que não vai ao jogo comunica o clube 48 horas antes e o clube cede a um associado que paga a metade do valor do associado pra ele pagar, cede aquele ingresso pra ele e ele paga a diferença ou vende no mercado e parte vai para esse associado que não foi ao jogo, o dinheiro. Quer dizer, na segunda-feira é creditado na conta do associado aquele dinheiro.

Então, isso são ações que nós vamos, estamos fazendo, mas você precisa ter sistema para fazer, né, se você não tiver sistema, você não consegue fazer. Então nós desenvolvemos por mais de seis meses e estão com o sistema já em fase de teste de laboratório para implementar.

A profissionalização da gestão e fortalecimento permanente da equipe. Então, estes foram os eixos do trabalho. Nós tínhamos que partir de um ponto inicial e esses foram os eixos principais".

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